O ano está longe de acabar, e o calendário de lançamentos cinematográficos segue repleto de novidades empolgantes. Entre títulos aguardados como Invocação do Mal 4, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos e Avatar: Fogo e Cinzas, algumas produções podem acabar passando despercebidas — mas não deveriam. Esse é o caso de Chien 51, o novo projeto do diretor Cédric Jimenez.
Após os sucessos de BAC Nord: Sob Pressão e Novembre, Jimenez mergulha na ficção científica com um thriller distópico ambientado em uma Paris futurista, onde policiais e inteligência artificial se envolvem em uma trama repleta de suspense.
O que esperar de Chien 51 ?

Com um orçamento de 40 milhões de euros e quatro meses de filmagem, o longa já é considerado o trabalho mais ambicioso do diretor. Em entrevista à Variety, Jimenez revelou detalhes que só aumentam as expectativas: mas, afinal, do que se trata a história?
Inspirado no livro homônimo de Laurent Gaudé, o filme adapta a obra com algumas liberdades criativas. O cineasta garante, porém, que manteve "a essência, a atmosfera, os personagens e os temas centrais" do romance. A trama se passa em um futuro próximo, onde Paris está dividida em três zonas que segregam as classes sociais, com postos de controle restringindo a movimentação entre elas.
No centro da narrativa está Alma, uma IA que revolucionou o sistema policial, recriando cenas de crime e calculando probabilidades de culpa — influenciando diretamente as investigações. Quando o criador da tecnologia é assassinado, os policiais Salia (Adèle Exarchopoulos) e Zem (Gilles Lellouche), de zonas opostas, são forçados a trabalhar juntos.
Ficção científica com críticas sociais

Jimenez explora um debate urgente: os impactos da inteligência artificial na sociedade. "Usamos tendências tecnológicas e sociais que já existem", explica o diretor ainda durante a entrevista com a Variety. "Quisemos criar algo realista, para que o público se reconhecesse nesse mundo e se envolvesse com a história."
Após Bac Nord e Novembre, ele afirma que Chien 51 fecha uma "trilogia policial" — ainda que, desta vez, o gênero seja pura ficção. "Narrativas fictícias trazem liberdade, mas também desafios infinitos", comenta. "Olivier Demangel [roteirista] e eu nos divertimos criando relações, conflitos e um universo novo."
Paris como personagem
O diretor promete um filme "espetacular", cheio de "tensão, ação e emoção", em uma capital francesa radicalmente transformada. "Não é a Paris de Amélie Poulain. É uma cidade reconhecível, mas distópica, com postos de controle e cenários que refletem sua fragmentação social."
Além de Exarchopoulos e Lellouche, o elenco inclui Louis Garrel, Romain Duris, Artus, Daphné Patakia, Stéphane Bak e Valeria Bruni Tedeschi, um time de peso para um projeto que promete ser um dos destaques do ano.

Chien 51 está previsto para o mês de outubro, mas ainda sem data para chegar no Brasil.