Dirigir filmes de super-heróis, por mais que estejam na moda e sejam populares, não vale a pena. Pelo menos, essa é a conclusão a que chegou David F. Sandberg após se colocar atrás das câmeras de Shazam! (2019) e Shazam! Fúria dos Deuses (2023) para o já extinto Universo DC.
"Para ser sincero, os fãs podem ficar muito muito loucos e muito bravos com você. Você recebe ameaças de morte", contou o cineasta à Games Radar. "Depois de Shazam 2, pensei: 'Nunca mais vou fazer outro filme baseado em uma IP porque não vale a pena'".

Sandberg começou no cinema no gênero terror com títulos como Quando as Luzes se Apagam (2016) e Annabelle 2 - A Criação do Mal (2017). Depois, deu o passo para o gênero de super-heróis com a saga protagonizada por Zachary Levi. O primeiro filme recebeu boas críticas e foi bem nas bilheterias - 367,7 milhões de dólares arrecadados com um orçamento de 100 milhões de dólares -, o que levou à aprovação de uma sequência.
A segunda aventura do personagem, no entanto, não teve a mesma sorte que sua predecessora. Shazam! Fúria dos Deuses chegou, além disso, no ponto mais baixo do Universo DC iniciado por Zack Snyder: quando estava prestes a chegar ao fim com a reformulação que James Gunn e Peter Safran colocaram em marcha após sua chegada como diretores da DC Studios. Além disso, desde Mulher-Maravilha 1984 (2020), a franquia não se recuperava nas bilheterias.
Após a estreia da sequência, Sandberg disse no Twitter que já tinha visto o suficiente com o gênero de super-heróis. Depois apagou o tweet. "Como venho dizendo há algum tempo, estou muito ansioso para voltar ao terror (assim como experimentar algumas coisas novas)... Depois de seis anos de Shazam, definitivamente terminei com os super-heróis por enquanto", avisou.
Until Dawn, o retorno ao terror

Sandberg voltou ao terror com Until Dawn (2025), a adaptação do popular videogame que já está disponível nos cinemas. O projeto devolveu o cineasta ao terror, mas também a algo que ele disse que nunca mais queria fazer: um filme baseado em uma IP.
O que o fez quebrar essa regra? "O que me agradou no roteiro é que ele não tenta recriar o videogame", indica. "Me enviaram este roteiro e pensei: 'Seria muito divertido fazer todo esse tipo de horror? Tenho que fazer isso, e espero que as pessoas vejam o que tentamos fazer e gostem'. Me pareceu brilhante que os roteiristas criassem essa ideia do loop temporal onde a noite recomeça, porque assim se percebe essa sensação do jogo ao rejogá-lo e tomar decisões diferentes. Acho que se encaixa perfeitamente com o espírito do jogo".
Until Dawn se inspira livremente no videogame da Supermassive Games. A história segue uma jovem que, junto com seus amigos, tenta encontrar o paradeiro de sua irmã desaparecida. Quando chegam ao último lugar em que ela foi vista, descobrem que estão presos em um loop temporal no qual morrem de diferentes formas cada noite.